A arte de viver sempre me surpreende...
Para alguns isso não é novidade e para outros veriam isso com certo pessimismo.
Acho que a maioria já deve ter lido e ouvido aquela emblemática frase do Pequeno Príncipe:
" Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas..."
Lembro ter lido este livro pela primeira vez de forma precoce aos meus 10 anos de idade física... (meu mental sempre achei mais a frente do que meu corpo infantil podia acompanhar...). Pois ficava me perguntando o porque de um menino morar sozinho num planeta e com apenas uma rosa em sua companhia???. Anos mais tarde, percebi que aquele livro não era tão infantil assim... e tinha mensagens profundas para um cotidiano um tanto obscuro aos meus olhos.
Como para mim sempre tem alguma razão de ser... Li recentemente num blog, no qual uma amiga muito querida passou-me... ( detalhe descrito pelas palavras dela: Camila... mando isso como boa Capricorniana que me conhece (risos)...)
Nas palavras dela, o trecho a seguir resume bem o sentido de como ela vê e sente o mundo a sua volta,... e confesso que de certa forma também me vi nele... Quem for de Capricórnio e tiver estas tendências, possa fazer sentido.... eu não sou... mas valeu- me uma boa reflexão rs. Segue o trecho:
Capricornianos são como a personagem da RAPOSA. Provavelmente, nunca vamos dizer em voz alta para alguém "me cativa?", mas, de resto, somos como a raposa: - Então a raposa apareceu. "Bom dia", disse a raposa. "Bom dia", o Pequeno Príncipe respondeu educadamente. "Quem é você? Você é tão bonita de se olhar." "Eu sou uma raposa", disse a raposa. "Venha brincar comigo", propôs o Pequeno Príncipe. "Eu estou tão triste". "Eu não posso brincar com você", a raposa disse. "Eu não estou cativada". "O que significada isso – cativar?" "É uma coisa que as pessoas freqüentemente negligenciam", disse a raposa. "Significa estabelecer laços". "Sim", disse a raposa. "Para mim você é apenas um menininho e eu não tenho necessidade de você. E você por sua vez, não tem nenhuma necessidade de mim. Para você eu não sou nada mais do que uma raposa, mas sem você me cativar então nós não precisaremos um do outro". A raposa olhou fixamente para o Pequeno Príncipe durante muito tempo e disse: "Por favor cativa-me." "O que eu devo fazer para cativar você?" perguntou o Pequeno Príncipe. Você deve ser muito paciente". disse a raposa. "Primeiro você vai sentar a uma pequena distância de mim e não vai dizer nada. Palavras são as fontes de desentendimento. Mas você se sentará um pouco mais perto de mim todo dia." Então o Pequeno Príncipe cativou a raposa e depois chegou a hora da partida dele – "Oh!" disse a raposa. "Eu vou chorar". "A culpa é sua", disse o Pequeno Príncipe, "mas você mesma quis que eu a cativasse". "Adeus", disse o Pequeno Príncipe. "Adeus", disse a raposa. "E agora eu vou contar a você um segredo: nós só podemos ver perfeitamente com o coração; o que é essencial é invisível aos olhos. Os homens têm esquecido esta verdade. Mas você não deve esquecê-la. Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa.
Agora começo a filosofar o porque ter mencionado este trecho e também pelo titulo que escolhi.
A maioria em algum momento se deparou com pessoas rotulando outras. Acredito que a grande maioria faz isso e não tão cedo isso vai mudar. Se não rotulam, colocam um adesivo de aceitável ou não aceitável de acordo com o que o outro esta dizendo ou fazendo.
Poucas pessoas realmente assumem o que dizem e fazem... e quando se encontra raras criaturas assim, muitos se chocam com tanta atitude e autenticidade.
A vida me surpreende porque tive o prazer de recentemente ter conversado com uma pessoa que foi pré- julgada e rotulada como A CHATA! E acrescento aqui, que nunca ouvi e nem vi aos meus olhos ela sendo estupida no falar ou agir com alguém. Apenas via uma pessoa colocando o ponto de vista dela.
Em uma das minhas pequenas e seletas rodas de amizade... ela era considerada assim e mais alguma coisa.
Achava triste e ficava muito incomodava por certos comentários ocultos para a mesma..., mas ao mesmo tempo analisava quantas vezes tinha visto e presenciado aquela cena em outras épocas de minha vida. Seja em ambientes de trabalho ou não... Mas poucos se davam o direito da empatia e tentar entender o porque da pessoa fazer certos comentários que na sua maioria não eram aceitos.
E a vida na sua maestria,... numa bela tarde, tive o prazer de conhece-la de uma maneira, fora daquele nosso circulo... e por mais impressionante que seja: Não consegui detectar a tal "chatice" rs.... Aliás, se estendeu agradável.
Em suas narrações de fatos da vida... ela sabia e tinha plena consciência que não era aceita pelos nossos amigos e sabia até que era tida como "a chata".
Confesso que isso foi uma surpresa aos meus olhos... Ter consciência das inúmeras criticas recebidas... sentida e proferida de maneira direta ou não pelos outros. No seu modo de ver, ela entendia e se conforma de certa forma as pessoas a tacharem assim. Mas o que mais a entristecia era o fato dessas próprias pessoas não SI conhecerem e por sua vez, acabavam não tendo a oportunidade de chegar e sentar mais perto ( assim como a raposa) e a conhecer.
Tem certos pensamentos que são verbalizados por algumas pessoas que são do tipo: É... você não é uma pessoa fácil mesmo!!!!
E alguém algum dia já conheceu alguma pessoa fácil?
O que é ser uma pessoa fácil?
Alguns paradigmas colocados em conversas muito triviais, ao meu ver, acabam sendo quebrados ou até viram polêmica em roda, pelo simples fato do outro (ouvinte), não se colocar no olhar do outro.... Pq?
Como alguns já me disseram: ou dá muito trabalho ou não tem tempo para isso... (Lamentável, diria!)
E mais uma vez vem a pergunta da Raposa: Me cativa?
Quantas pessoas você tem ultimamente cativado? Você tem se cativado?
E se cativou alguém, tem sido responsável por mais este laço feito em sua vida?
Acabamos defendendo tanto nosso ponto de vista ( certo ou não)... Que perdemos esta magia de conhecer o outro...
Acredito que umas das primeiras, e significativas causas de transtornos emocionais seja por este pequeno detalhe... E que hoje, passa despercebido pela maioria: dar-se o tempo...
Catives....