sexta-feira, 20 de abril de 2012

Coragem...

A palavra coragem é muito interessante. Ela vem da raiz latina cor, que significa "coração". Portanto, ser corajoso significa viver com o coração. E os fracos, somente os fracos, vivem com a cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo, fecham todas as janelas e portas – com teologia, conceitos, palavras, teorias – e do lado de dentro dessas portas e janelas, eles se escondem.
O caminho do coração é o caminho da coragem.( ...), é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser. Coragem é seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos. A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido. O perigo está presente, mas ela assumirá o risco. O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador. A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre calcula – ela é astuta. O coração nunca calcula nada.
O Amor não deveria ser exigente,
senão, ele perde as asas e não pode voar;
torna-se enraizado na terra e fica muito mundano.
Então ele é sensualidade e traz grande infelicidade e sofrimento.
O amor não deveria ser condicional, nada se deveria esperar dele.
ele deveria estar presente, por estar presente, e não por alguma recompensa, e não por algum resultado.
Se houver algum motivo nele, novamente seu amor não poderá se tornar o céu. Ele está confinado ao motivo;o motivo se torna sua definição, sua froteira.
Um amor não motivado não tem fronteiras:
É a fragância do coração.

O Bosque de Berkana

terça-feira, 17 de abril de 2012

Rótulos, adesivos e palavras...

A arte de viver sempre me surpreende...
Para alguns isso não é novidade e para outros veriam isso com certo pessimismo.

Acho que a maioria já deve ter lido e ouvido aquela emblemática frase do Pequeno Príncipe:

" Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas..."

Lembro ter lido este livro pela primeira vez de forma precoce aos meus 10 anos de idade física... (meu mental sempre achei mais a frente do que meu corpo infantil podia acompanhar...). Pois ficava me perguntando o porque de um menino morar sozinho num planeta e com apenas uma rosa em sua companhia???. Anos mais tarde, percebi que aquele livro não era tão infantil assim... e tinha mensagens profundas para um cotidiano um tanto obscuro aos meus olhos.

Como para mim sempre tem alguma razão de ser... Li recentemente num blog, no qual uma amiga muito querida passou-me...  ( detalhe descrito pelas palavras dela: Camila... mando isso como boa Capricorniana que me conhece (risos)...)
Nas palavras dela, o trecho a seguir resume bem o sentido de como ela vê e sente o mundo a sua volta,... e confesso que de certa forma também me vi nele... Quem for de Capricórnio e tiver estas tendências, possa fazer sentido.... eu não sou... mas valeu- me uma boa reflexão rs. Segue o trecho:

Capricornianos são como a personagem da RAPOSA. Provavelmente, nunca vamos dizer em voz alta para alguém "me cativa?", mas, de resto, somos como a raposa: - Então a raposa apareceu. "Bom dia", disse a raposa. "Bom dia", o Pequeno Príncipe respondeu educadamente. "Quem é você? Você é tão bonita de se olhar." "Eu sou uma raposa", disse a raposa. "Venha brincar comigo", propôs o Pequeno Príncipe. "Eu estou tão triste". "Eu não posso brincar com você", a raposa disse. "Eu não estou cativada". "O que significada isso – cativar?" "É uma coisa que as pessoas freqüentemente negligenciam", disse a raposa. "Significa estabelecer laços". "Sim", disse a raposa. "Para mim você é apenas um menininho e eu não tenho necessidade de você. E você por sua vez, não tem nenhuma necessidade de mim. Para você eu não sou nada mais do que uma raposa, mas sem você me cativar então nós não precisaremos um do outro". A raposa olhou fixamente para o Pequeno Príncipe durante muito tempo e disse: "Por favor cativa-me." "O que eu devo fazer para cativar você?" perguntou o Pequeno Príncipe. Você deve ser muito paciente". disse a raposa. "Primeiro você vai sentar a uma pequena distância de mim e não vai dizer nada. Palavras são as fontes de desentendimento. Mas você se sentará um pouco mais perto de mim todo dia." Então o Pequeno Príncipe cativou a raposa e depois chegou a hora da partida dele – "Oh!" disse a raposa. "Eu vou chorar". "A culpa é sua", disse o Pequeno Príncipe, "mas você mesma quis que eu a cativasse". "Adeus", disse o Pequeno Príncipe. "Adeus", disse a raposa. "E agora eu vou contar a você um segredo: nós só podemos ver perfeitamente com o coração; o que é essencial é invisível aos olhos. Os homens têm esquecido esta verdade. Mas você não deve esquecê-la. Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa.

Agora começo a filosofar o  porque ter mencionado este trecho e também pelo titulo que escolhi.
A maioria em algum momento se deparou com pessoas rotulando outras. Acredito que a grande maioria faz isso e não tão cedo isso vai mudar. Se não rotulam, colocam um adesivo de aceitável ou não aceitável de acordo com o que o outro esta dizendo ou fazendo.

Poucas pessoas realmente assumem o que dizem e fazem... e quando se encontra raras criaturas assim, muitos se chocam com  tanta atitude e autenticidade.

A vida me surpreende porque tive o prazer de recentemente ter conversado com uma pessoa que foi pré- julgada e rotulada como  A CHATA! E acrescento aqui, que nunca ouvi e nem vi aos meus olhos ela sendo estupida no falar ou agir com alguém. Apenas via uma pessoa colocando o ponto de vista dela.

Em uma das minhas pequenas e seletas rodas de amizade... ela era considerada assim e mais alguma coisa.
Achava triste e ficava muito incomodava por certos comentários ocultos para a mesma..., mas ao mesmo tempo analisava quantas vezes tinha visto e presenciado aquela cena em outras épocas de minha vida. Seja em ambientes de trabalho ou não... Mas poucos se davam o direito da empatia e tentar entender o porque da pessoa fazer certos comentários que na sua maioria não eram aceitos.

E a vida na sua maestria,... numa bela tarde, tive o prazer de conhece-la de uma maneira, fora daquele nosso circulo... e por mais impressionante que seja: Não consegui detectar a tal "chatice" rs.... Aliás, se estendeu agradável. 

Em suas narrações  de fatos da vida... ela sabia e tinha plena consciência que não era aceita pelos nossos amigos e sabia até que era tida como "a chata".
Confesso que isso foi uma surpresa aos meus olhos... Ter consciência das inúmeras criticas recebidas...  sentida e proferida de maneira direta ou não pelos outros. No seu modo de ver, ela entendia e se conforma de certa forma as pessoas a tacharem assim. Mas o que mais a entristecia era o fato dessas próprias pessoas não SI conhecerem e por sua vez, acabavam não tendo a oportunidade de chegar e sentar mais perto ( assim como a raposa) e a conhecer.

Tem certos pensamentos que são verbalizados por algumas pessoas que são do tipo: É... você não é uma pessoa fácil mesmo!!!!
E alguém algum dia já conheceu alguma pessoa fácil?
O que é ser uma pessoa fácil?

Alguns paradigmas colocados em conversas muito triviais, ao meu ver, acabam sendo quebrados ou até viram polêmica em roda, pelo simples fato do outro (ouvinte), não se colocar no olhar do outro.... Pq?
Como alguns já me disseram: ou dá muito trabalho ou não tem tempo para isso... (Lamentável, diria!)

E mais uma vez vem a pergunta da Raposa: Me cativa? 
Quantas pessoas você tem ultimamente cativado? Você tem se cativado?
E se cativou alguém, tem sido responsável por mais este laço feito em sua vida?

Acabamos defendendo tanto nosso ponto de vista ( certo ou não)... Que perdemos esta magia de conhecer o outro...
Acredito que umas das primeiras, e significativas causas de transtornos emocionais seja por este pequeno detalhe... E que hoje, passa despercebido pela maioria: dar-se o tempo... 

Catives....







domingo, 8 de abril de 2012

Sem espartilhos...

Todos tentam alcançar a liberdade. Acho louvável essa busca e vejo os principais obstáculos para manifestar a liberdade.

O engano, o medo e o orgulho.

O engano está na visão sobre liberdade. Enquanto capacidade de caminhos abertos a liberdade sempre está ali, mas enquanto trilha percorrida para visão ampla demanda uma ação. Liberdade não é fazer o que se quer, mas ter livre acesso ao que se quer e poder não querer. E naquilo que não se quer poder navegar sem peso até querer. A ideia de que a vida é algo pré-dado, fixo ou “à minha espera” é um dos grandes enganos que carregamos. É essa visão rígida que alimenta o preconceito, a discriminação e a pequenez de nossa ação. A impossibilidade de experimentar novos sabores, pensamentos, visões de mundo é o resultado desse engano fundamental. Querer paralisar o prazer e a felicidade em algo estático também.

O medo é o apego ao conhecido, ao antigo, ao vivido. É quando tentamos proteger valores, experiências e pessoas simplesmente porque temos medo de mudar. É querer garantias para tudo e colocar o sofrimento e a perda como um inimigo em potencial a ser evitado. Evitar sofrer é o passaporte para a prisão emocional. É nunca apostar as fichas em nada por medo de perdê-las. É esquecer que não somos nem as fichas, nem o jogo e que podemos ser feitos de bobo a qualquer momento. E tudo bem, não há nada a perder. Podemos recomeçar do zero a qualquer momento em qualquer lugar. Teremos a garantia de apenas uma coisa, estaremos ali onde estivermos. Essa é a pedra fundamental da confiança de alma.

O orgulho é aquele imperador preguiçoso que sempre tem muito medo de arriscar. Aprisionado em sua majestade ele é incapaz de agir de fato, afinal o império psicológico que ele construiu é grandioso. Ser questionado, corrigido, rejeitado ou passado para trás é um pecado mortal. Como alguém poderia colocar um imperador em segundo plano? Quando você acha que tem muito a perder sua liberdade é menos que um grão de pó.

Seja na cama, na mesa, no banho, na roupa ou na vida se você tiver a visão errada, medo demasiado e muito pelo que arriscar sua vida será limitada. Sua liberdade será só uma esperança vã.

Gosto da cena final do filme “O náufrago”, o personagem principal que após perder absolutamente tudo num acidente quase fatal de avião e permanecer sozinho numa ilha por quatro anos se vê numa encruzilhada. Finalmente poderia seguir para qualquer lugar.


terça-feira, 3 de abril de 2012

Ser uma mina... eis a questão...

Acredito que este seja um dos textos que mais analisei para escrever.
Não pelo título acima, mas pelo o que fiquei analisando e os papos que minhas amigas e eu andamos conversando nos ultimos dias.
Fazer parte de qualquer grupo social não é facil... se envolver em algo ou com alguém, também requer muito trabalho e disposição... e nem todos estão muito afim disso.
Há dois pontos neste texto que gostaria de auto filosofar e convido a quem estiver afim de analisar.

Gosto muito de analisar ambientes em que me encontro com diversos tipos de pessoas... e não há lugar mais rico do que isso do que o metrô. Não reparo como a pessoa esta vestida assim ou assado... se esta limpa ou não etc... Analiso seus gestos, suas expressões, e como agem e reagem quando estão conversando com alguém. Isso ao meu olhar mais demorado... e com fundo musical todo rock que puder escutar neste poucos segundos ou minutos de observação. 
Outro dia vi duas cenas lindas.... Uma era um casal de namorados, que poucas vezes vi, de forma tão carinhosa abraçados um ao outro. Falavam e se olhavam de forma muito especial... com certo respeito e admiração que realmente quem tiver um pouco de sensibilidade e quiser ver... das poucas cenas raras da demonstração de sentimentos em gestos bem sutis.
Outra, era uma menina de pouco mais de cinco anos, sentada no colo de seu pai, acarinhando seu rosto e o olhando de forma tão peculiar, que apenas um olhar infantil é capaz de fazer... com sua chupeta na boca balbuciava algumas palavras... e seu pai abria um sorriso a ela, que apenas a fazia rir ainda mais.
Estas duas cenas entraram de encontro a um pequeno papo que minhas amigas e eu tivermos outro dia sobre a forma de demonstrações de afeto e carinho das pessoas em geral. Sentíamos que os laços que unem as pessoas estão ultimamente muito frágeis... qualquer crise ou contrapostos de opiniões é motivo para brigas intensas... ou até separações. Muitos casais de amigos estavam assim e isso fazia o nosso papo ser uma analise para qual gaveta vai aquele sentimento que expus e não foi correspondido?!
Mas, outra questão foi levantada por minha amiga...O que é ser uma mulher nos dias de hoje? Ou melhor, no palavreado mais largado: o que é ser uma mina?
Muitos de nossos amigos acham que mulher mesmo, é aquela que você pode falar o que quiser... ser você mesmo... não precisar fazer tipo... curti o lugar porque a companhia é boa, e não apenas porque o lugar é assim ou assado... e que come o que quiser sem ficar com culpa depois... rs. E sem esquecer... que ela terá que ter a sensibilidade e a feminilidade de alguma forma demonstrada em seus gestos e palavras.
Bom... ai vem as cenas que descrevi... para mim elas foram cenas de uma delicadeza feminina, rara aos dias de hoje. E cada qual ao seu tempo, e necessidade do momento.
Mas a pergunta a seguir era: mas o que achavamos sobre aquelas mulheres que em sua vaidade, se pintavam, colocavam seus saltos e saem pela vida afora? ( e faço aqui uma ressalva de que, eu (como mulher) tenho minha vaidade, oras mais ou menos... mas há momento para tudo... até para sair montada na pintura e no salto rs)
Foi ai que falei uma situação para minhas amigas:
- Poxa... as vezes, é dificil para certas mulheres saírem desse arquétipo. Por que, a vaidade acaba dando uma "segurança" para elas... sendo que para outras, nem precise de tanto... apenas do básico... e este básico é pouco ou quase nada para algumas. Minha professora outro dia deu advertência para várias garotas da minha sala por conta disso... Porque não conseguiam deixar a vaidade de lado... só por poucos momentos.. ou algumas horas... Vaidade não é sinônimo de feminino... O feminino é tudo... é essência... é atitude... é maturidade ao ir e vim dos anos... Acredito que há poucas mulheres trabalhando nisso ... e acaba parecendo tudo muito igual...
Como diz uma letra dos Engenheiros do Havaí: .... todos iguais mas tão desiguais... uns mais iguais que outros...